terça-feira, 22 de julho de 2014

POÉTICA

Com as lágrimas do tempo
E a cal do meu dia
Eu fiz o cimento
Da minha poesia.

E na perspectiva
Da vida futura
Erguei em carne viva
Sua arquitetura.

Não sei bem se é casa
Se é torre ou se é templo.
(Um templo sem Deus)

Mas é grande e clara
Pertence ao seu tempo
Entrai irmãos meus

                     (Vinicius de Moraes)

sábado, 12 de julho de 2014

OS POEMAS

Os poemas são pássaros que chegam
Não se sabe de onde e
Pousam no livro que lês.

Quando fechas  o livro, eles alçam vôo
Como de um alçapão.

Eles não têm pouso
Nem porto
Alimentam-se um instante em cada par de mãos
E partem.

E olhas então, essas tuas mãos vazias,
No maravilhado espanto de saberes
Que o alimento deles já estava em ti . . .

                      (Mário Quintana)

sexta-feira, 4 de julho de 2014

LAÇOS

A delícia das palavras,
Por letras se harmoniza;
Na alma se eterniza
Como se fazem nas lavras.

Que venha a fama e a glória
Justificar e louvar ! . . .
Um novo filho a chegar,
Renova a vida e a história.

Livro nato em poemas,
Dueto, ou não, que mal há ?
Escreve quem saberá

Que  LAÇOS e diademas,
São ornamento real
Das damas de Portugal.

          (Manuela Barroso  -  Tereza Gonçalves)

terça-feira, 1 de julho de 2014

ONDE MORAS LIBERDADE ? (fragmentos)

Onde moras Liberdade ?
És surpreendida pelo bolor
dos sorrisos bafientos
Rasgando-se nos mofos
de bocas sem memória
Definhando falsidade
vazias, sem história
Só lama e lodo
na trajetória.

                     Manuela Barroso