Com as lágrimas do tempo E a cal do meu dia Eu fiz o cimento Da minha poesia. E na perspectiva Da vida futura Erguei em carne viva Sua arquitetura. Não sei bem se é casa Se é torre ou se é templo. (Um templo sem Deus) Mas é grande e clara Pertence ao seu tempo Entrai irmãos meus (Vinicius de Moraes)
Os poemas são pássaros que chegam Não se sabe de onde e Pousam no livro que lês. Quando fechas o livro, eles alçam vôo Como de um alçapão. Eles não têm pouso Nem porto Alimentam-se um instante em cada par de mãos E partem. E olhas então, essas tuas mãos vazias, No maravilhado espanto de saberes Que o alimento deles já estava em ti . . . (Mário Quintana)
Onde moras Liberdade ? És surpreendida pelo bolor dos sorrisos bafientos Rasgando-se nos mofos de bocas sem memória Definhando falsidade vazias, sem história Só lama e lodo na trajetória. Manuela Barroso