Tudo dorme, tudo está sereno,
Uma brisa fina sopra pelos ares,
Ressuscitarão, a seu tempo pleno,
Muitos dos que dormem, há tempos seculares.
Alguns foram alegres, em tempos passados,
E agora jaz, no esquecimento,
Em barro e micróbios, foram transformados,
Estão silenciosos, sem divertimentos.
Cidade de pedras, região do silêncio!
Destróis o amor, acaba a alegria,
Teu povo amado, eu recordo e penso,
Hoje separados, sinto nostalgia,
Só corujas imperam, faz-me ficar tenso,
Lá não há heróis, nem há covardia.
I I
Lá não há fortes, nem inteligentes,
Estão nivelados, velhos e crianças,
E virou sossego para muita gente,
Não há ambição; lá ninguém se cansa.
Região do silêncio, ruas tumulares,
Não existem lágrimas, de amigos ou amantes,
Não há mais clamor, tristezas ou cantares,
Não há euforia; ninguém anda errante.
À tarde balançam galhos de roseiras,
E a plena paz, paira pelos ares,
À noite tudo é calmo, não há brincadeiras,
Todos estão quietos, não há propalares,
Naquela cidade, não há seresteiros,
Não há mais amor, não há mais saudades ! . . .
(DO LIVRO "BRADOS DE VIDAS - PROF. FREITAS)
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