Aqui já não existe flores
Os dias são tristes e escaldantes
Não há nuvens, só céu azul
São lamentos fúnebres, lamentos de dores
E o vôo razante dos urubus.
Aqui só se ver o vermelho do sertão
A ferrugem da caatinga
Os pássaros fugindo desta imensidão
Morreram répteis, criações e peixes
Fugiram da terra rachada, da evaporação.
E o sertanejo sofrido, valente
Sonhando com a chuva no alvorecer
Olhando a ossada dos seus animais
Perde as esperanças e fica doente
Espera um milagre que já não vem mais.
À noite, o céu reflete as estrelas e a lua
Àquela brisa quente indica verão
Sai de madrugada em busca de água
Que está a quilômetros, neste vermelhidão
E aos poucos vai morrendo o homem do sertão.
( Freitas )
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