sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

SONETO

Pálida à luz da lâmpada sombria,
Sobre o leito de flores reclinada,
Como a lua por noite embalsamada,
Entre as nuvens do amor ela dormia !

Era a virgem do mar! Na escuma fria
Pela maré das águas embalada !
Era um anjo entre nuvens da alvorada
Que em sonhos se banhava e se esquecia!

Era mais bela! O  seio palpitando. . .
Negros olhos as Pálpebras abrindo. . .
Formas nuas no leito resvalando. . .

Não te rias de mim, meu anjo lindo!
Por ti - as noites eu velei chorando;
Por ti - nos sonhos morrerei sorrindo!

                             ( Álvares de Azevedo)

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