terça-feira, 3 de abril de 2012

CONFISSÃO

De cem ovelhas
Cada qual mais branca
Apenas eu foi que saí fugida;
E feia e triste e desgarrada e manca,
Hoje confesso que fiquei vencida.
Agradecendo a quem me deu guarida
E, quando quer, o meu gemido estanca,
Prossigo ainda bendizendo a vida,
Esperançosa, resoluta e franca.

Pastor do céu que todo bem promove!
Deixei-te perto e me perdi além!
É noite escura, relampeja, chove.

Vem compassivo procurar-me, vem!
Ao teu rebanho de noventa e nove,
Deixa que eu volte a completar as cem !

                                (Benedita de Melo) - poetiza cega

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