É madrugada a noite está calma,
O céu azulado, anunciando a aurora,
Lembro-me de ti, a saudade na alma,
A presença de Deus, sinto nesta hora.
É madrugada, o galo já canta,
A brisa refresca a paisagem,
Abrem-se as rosas, que perfumam tanto,
Vemos o horizonte, como uma miragem.
É madrugada, dos sonhos mais lindos,
Ou de quem acorda para sair cedo,
De quem busca a Deus, momentos infindos,
O sol vai nascer, espantar o medo,
Alguns se despedem, pois já vão partindo,
E na cama, alguns, sussurram segredos.
I I
É madrugada, o capim molhado
É bom que o mundo acorde, o silêncio devasse,
Irradiando luz, clareando os prados,
O que estava oculto, agora se mostrasse.
É madrugada, a lua está branca,
Minh'alma medita, sentindo-se triste,
Aos poucos, o passarinho canta,
Pois na madrugada o amor consiste.
É madrugada, oh meu paraíso !
Vejo a natureza; o mundo colorido,
Esqueço as máguas, do amor perdido,
Surge a esperança, um novo sentido,
Vem-me a memória o que havia esquecido,
Remove a tristeza, do coração ferido.
I I I
É madrugada, do canto dos pássaros,
Nas lâmpadas caem a última serração,
E quem vai partir: um beijo, adeus, um abraço. . .
Ficando a saudade; fica a solidão.
É madrugada, muitos estão dormindo,
Muitos estão sonhando. . .
As estrelas do céu vão sumindo,
E alguns, uma prece, a Deus ofertando.
É madrugada, começo do dia,
Acordo mui cedo; contemplo o infinito!
Vejo a Via-Láctea; traz-me alegria,
Ouve-se bem longe, do vaqueiro o grito,
Nosso coração cria fantasias,
Tudo é madrugada; oh ! Mundo bonito! . . .
(Do Livro "BRADOS DE VIDAS - PROF. FREITAS)
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