A tarde que expira
A flor que suspira,
O canto da lira,
Da lua o clarão;
Dos mares na raia
A luz que desmaia,
E as ondas na praia
Lambendo-lhe o chão.
Do tempo das naves
As nootas suaves,
E o trino das aves
Saudando o arrebol;
As tardes estivas
E as rosas lascivas
Erguendo-se altivas
Aos raios do sol.
A luz da alvorada
E a nuvem dourada,
Qual berço de fada
Num céu todo azul;
No lago e nos brejos
Os férvidos beijos
E os loucos bafejos
Das brisas do sul;
Os trêmulos lumes,
Da verga os perfumes,
Da fonte os queixumes,
Dos prados a flor,
Do mar a ardentia
Da noite a harmonia,
Tudo isso é - poesia!
Tudo isso é - amor.
(AUTOR CASIMIRO DE ABREU )
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